quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Angkor

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Ora, apesar de nao haverem pessoas sentadas no chao, o barco nao era muito diferente do slow boat para Luang Prabang, mas uma diferenca era a possibilidade de ir sentado na cobertura o que dava uma perpectiva das paisagens bem melhor. As paisagens em si sao tambem bastante diferentes das do norte do Laos. O rio e muito mais estreito e muito mais sinuoso. Em grande parte das curvas o barco inclinava-se tanto que parecia que ia tombar.

A medida que o barco avancava pelo Sangker, as margens iam ficando cada vez menos perceptiveis e iamos deixando de perceber onde estava a terra. No seu lugar viam-se uns mantos verdes flutuantes por entre os quais o barco ia avancando.

Apesar de deixarmos de perceber as margens, as povoacoes continuam a existir, mas em casas que flutuam!! Sao as "Vilas flutuantes" como sao chamadas... E e mesmo isso, sao pequenos aglomerados de pessoas que se fixam em determinados pontos do rio e do Lago Tonle Sap, se e que "fixam" e a palavra correcta, ja que vivem em casas flutuantes!!! E um cenario incrivel!!!

Isto para chegarmos a Siem Reap, a cidade junto dos templos de Angkor. A viagem de barco demorou cerca de seis horas, chegamos por volta das 14:03h a Siem Reap e passamos a tarde a passear um pouco pela cidade! Ja ha alguns anos que aqui recebem turismo, muito turismo como podemos ver, e a cidade ja se preparou para ele! Muito hoteis, guest houses, restaurantes ocidentais e muitos kmers muito insistentes a tentaren vender o que quer que fosse "Ladyyyyyyyyyyyyy... Would you like something to driiiiiink? Someting coooold? Something to eat? A scarf? " Ui, que chatinhos!!!!

No segundo dia fomos visitar os dois mais conhecidos templos de Angkor: Angkor Wat e Angkor Tom. Os dois sao realmente imponentes. Angkor Wat com aquelas torres enormes, as que mais identificam Angkor. Angkor Tom, com Bayon e as suas 256 faces de budas sorridentes e meditativos!!! E incrivel, para todo o lado que se olhe veem-se caras!

Os templos sao enormes, uma loucura! Pedras enormes, sobre pedras enormes, todas trabalhadas de cima abaixo e todas rodeadas de agua onde criavam crocodilos para que nao os atacassem! Os anos que deveriam demorar a construir aquelas pequenas cidades!

No segundo dia alugamos uma bicicleta para passarmos pelos outros templos todos em vez de andarmos de Tuk tuk o dia todo! Nao tinhamos bem a nocao das distancias entre eles entao, andamos prai 60km de bicla de um lado para o outro! Deste dia destaca-se o templo Ta Phrom, que ainda se encontra praticamente no mesmo estado em que foi encontrado, com as raizes das enormes arvores daquelas florestas, a devora-lo. E tem raizes impressionantes com uma forca imensa que derruba aquelas paredes grossissimas de pedras!

Por agora estamos por Banguecoque para termos um cheirinho da cidade. Este sera o ultimo relato destas ferias que estao quase a terminar! :(

Amanha iniciamos a viagem de regresso que durara dois dias entre Dubais e Frankfurts! Ufaaaaa!!!

Ate domingo! ;)
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sábado, 8 de agosto de 2009

Phnom Penh

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Tuck tuck?! Marijuana?! Opium?! Em Phnom Penh, sempre que saiamos do hostel, era isto que ouviamos!!! Ou melhor, era o que o Tiago mais ouvia, ja que as meninas nao se pergunta isso. Phnom Penh, a capital do Cambodja, e enorme e bem diferente de Vientiane, maior, com mais dinamica e bem mais desenvolvida...

O Cambodja tem um passado recente muito duro. Na ultima metada da decade de 70, foram vitimas de um regime maoista levado ao extremo, conhecido como Khmer Rouge, liderado por um assassino com o cognome de Pol Pot. Para que a memoria desses tempos nao se apague, os Khmers (habitantes do Cambodja) preservaram alguns dos locais usados pelo regime para aprisionar e matar os potenciais opositores (todos os individuos com alguma formacao academica) do regime e seus familiares (para evitar vingancas futuras). Fomos visitar alguns desses sitios: os Killing Fields onde, conforme o nome indica, se executavam os potenciais opositores, e Toul Sleng S21, o nome que davam a prisao onde as vitimas eram interogadas. Segundo ouvimos, ninguem que para ali era levado, de la saia vivo.
O regime foi destituido em 1979 e ainda ninguem foi condenado pelos crimes cometidos, o proprio Pol Pot ja morreu de causas naturais! Injutica!!

A frente... Passamos dois dias na cidade entre passeios, esplanadas, leituras e cervejas (continuamos fieis a Beer Lao e nao nos rendemos a Angkor Beer). Visitamos o Palacio Real e a Silver Pagoda. Ficavam mesmo junto ao nosso hostel, luxo!!! E um espaco muito bonito!

Apesar do aparente desenvolvimento da cidade (tendo em conta os nossos actuais parametros) o Cambodja e ainda um pais muito pobre. Isso era tambem visivel em Phnom Penh pela quantidade de mendigos que se encontram (para que conste em Laos contam-se pelos dedos de uma mao as pessoas que vimos a pedir pela rua) e de criancas que se veem a pedir. Pela manha frequentam a escola e a tarde vao para as ruas e esplanadas, carregados com livros para venderem aos turistas.

Hoje pela manha, pelas 5h41m para ser mais preciso levantamo-nos e arrancamos para o norte do pais. Battambang, a segunda maior cidade do pais e tao diferente de Phnom Penh! Muito menos desenvolvida, muita poeira e bem menos turistas. Para o transporte de mercadorias, os locais usam a linha de comboido, onde colocam, sobre umas rodas, uma plataforma de bamboo e um motor. Hoje, muitos dos Bamboo trains, transportam turistas alem das mercadorias e la fomos dar o nosso giro.




Aproveitamos o resto da tarde para ir ver uma antiga fabrica da Pepsi (desactivada no regime dos Khmer Rouge) e uma quinta de (mal-cheirosos) crocodilos!

Por agora, ca estamos em mais uma esplanda com mais uma beer lao!

Como ja temos saudades do Slow Boat, que ja la vao duas semanas, amanha vamos fazer a viagem para Siem Reap, a cidade de Angkor Wat, de barco. Desta vez nao pelo Mekong mas sim pelo Sangker, nao em dois dias mas sim em 7 horas, nao sentados no chao mas sim... bom, a ver vamos...
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Adeus Laos...

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Acabamos de passar a fronteira do Laos para o Cambodja, de Voen Kham para Dom Kralor. Neste momento fazemos sauna dentro de um autocarro.

Mas tinhamos ficado em Vang Vieng... De la partimos as 9h da manha para Vientiane, a capital do Laos, novamente em mini bus.
A viagem foi tranquila, cerca de 3 horas. Em Vientiane tinhamos previsto ficar uma ou duas noites, mas quando chegamos pareceu-nos sufuciente ficar um dia e meio para dar umas voltas pela cidade. Assim fizemos, arranjamos um hotel baratinho na margem do Mekong, tomamos um banhinho e fomos dar um passeio. Fazia ainda mais calor do que o que habitualmente sentiamos no pais. Passeamos pela cidade, pelos templos budistas, alguns monumentos, umas beers laos na margem do Mekong, um chicken barbecue, um bowling (actividade nocturna preferida e possivel no Laos) e fomos descansar. Nao podemos esquecer que durante o passeio pela cidade, encontramos umas quantas vaquinhas que pastavam ao lado do rio!!!! Uma capital com vacas a pastar e de rir!!!!

No dia seguinte fomos ao Buddha Park e ao Museu Nacional e preparamo-nos para a partida para Si Phan Don (que traduzindo quer dizer 4000 ilhas). Quando nos despediamos da cidade fomos presenteados com um belo por do sol. Onde??? No Mekong, claro!!!!

A viagem para Si Phan Don foi feita num autocarro nocturno com destino a Pakse. Chegados a Pakse, apanhamos outro autocarro e por ultimo um barco que nos levava a Si Phan Don.

Si Phan Don e um local no sul do Laos, onde o leito do Mekong se extende e, dependendo da altura do ano, deixa a vista centenas de pequenas ilhas e ilheus. O sitio e muito belo e, tal como a maioria do pais, muito rural ainda. As pessoas que ai vivem, vivem tambem rodeadas dos seus animais, bufalos de agua, galinhas, vacas... Todos em comunidade.

O Mekong ali ao lado, dava vontade de la passar um ou dois dias mas, umas contas mal calculadas, deixaram-nos sem dinheiro e de caixas multibanco, nada! Decidimos partir no dia seguinte para o Cambodja! A esta decisao tambem ajudou o facto da enorme quantidade de mosquitos que conviviam tambem naquele pequeno paraiso!

Antes da partida fomos dar mais um passeio de barco e ver os gofinhos Irrawaddy, uma especie em extincao de golfinhos de agua doce! E em extincao estao de facto, ja que dos golfinhos pouco vimos!!! Valeu uma conversa com um italiano que conhecemos na viagem para as 4000 ilhas e nos tem acompanhado ate agora. (sera uma personagem deveras importante neste periplo, mas la chegaremos...)


Saimos de Don Det, a ilha na qual escolhemos ficar, as 8 da manha em direccao a fronteira. Dinheiro contadinho e ja contavamos com os 10 euros que tinhamos no bolso pois os Kips ja nao chegavam. Pensavamos que o visto custava 20 dolares. O que nao sabiamos era que os sacanitas dos Cambodjianos nos iam pedir mais dois dolares por nao termos o boletim de vacinas, mais um dolar para sair do Laos, mais um dolar para nos devolverem o passaporte depois de porem o visto. Somado a tudo isto, o visto custava 23 dolares e nao 20, conforme previsto. O que nos deixava com dinheiro para um de nos entrar no Cambodja e sem caixas multibanco num raio de 100 km!!!!!! Responsaveis ah?!?! Aqui entrou o nosso amigo Paolo, o italiano salvador!!! Emprestou-nos 25 dolares e prosseguimos viagem!!!

E aqui estamos com destino a Phnom Penh, a capital do Cambodja!

Acabamos de levantar 300 dolares num ATM e podemos finalmente comer!!!! :)
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sábado, 1 de agosto de 2009

Vang Vieng

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Sabaid-dii

Saimos de Luang Prabang num mini bus com destino a Vang Vieng. Acompanhavam-nos outros 9 turistas. Parece que o percurso que a grande maioria opta por fazer e este, por isso vamos encontrando as pessoas que nos acompanharam na viagem do slow boat nas diferentes paragens que vamos fazendo.

A viagem e feita pelas imensas montanhas do norte do Laos, pela estrada 13 que rasga o pais de norte a sul. O mini bus, nas subidas mais ingremes, nao andava a mais que 10 km por hora!!! A viagem durou cerca de 6 horas por entre as grandes escarpas verdejantes das montanhas. Os cenarios sao belissimos. Onde menos se espera encontram-se na beira da estrada, barracoes de madeira suspensos em estacas, a(s) habitacao(oes) da(s) familia(s) que ali subsistem.

Criancas pequenas demais para dar uns passos veem-se pousadas pela terra nas suas roupas sujas... Outras, que ja correm, brincam em grupos ou carregam fardos de madeira, ou de bananas, ou de ananases, ou... o que for necessario... Enfim, os nossos sentidos demoram tempo a adaptar-se ao Laos! Talvez por ser a primeira vez que contactam com esta realidade! O nosso palato demora a habituar-se aos sabores, o nosso olfato precisa de tempo para se habituar aos odores assim como os nossos olhos para perceberem o que veem! Parece que o tempo parou por aqui para estas gentes e o que os seus antepassados faziam e o mesmo que eles hoje fazem! Usando os mesmos metodos e os mesmos meios.

O mini bus passa por tudo isto mas quando para no nosso destino nada disto e o que encontramos. Vang Vieng e uma vila, pousada num vale, com as montanhas e o ceu como pano de fundo, completamente rendida aos backpackers. A sua rua principal esta transformada num conjunto de bares em tudo identicos uns aos outros, desde os menus ate a TV que passa 7 dias por semana, desde a abertura ate ao fecho, a serie Friends... Va-se la saber porque!

Por aqui a principal atraccao e o tubing no Nam Song (Rio Song) e acabamos por descobrir porque! Porque e uma loucura, e muito bom e muito original.

Antes disso fomos visitar quatro das muitas grutas que tem Vang Vieng. Grutas fundas onde, em algumas, foram colocadas estatuas de Budas para prestarem culto. Escorregadias das chuvadas que se fazem sentir, muito irregulares em alguns pontos e bastante perigosas! A ultima gruta a que fomos, ja se entra por agua, deitados numa grande boia de borracha e agarrados a uma corda. Assim a percorremos. Muito boa esta!

Depois de almoco demos um passeio por entre os (infinitos) arrozais da area, sempre com aquelas montanhas por tras que ja deixam saudades, e passamos por uma pequena povoacao de Hmongs (uma etnia do norte da Tailandia e Laos)....

E finalmente, o tubing! Descer 3.5km do Nam Song, dentro de um pneu enorme, parando nos varios bares que plantaram no caminho onde se pode beber beer lao ou outras mistruras mais bombasticas e menos legais, fazer slide para cair no rio, jogar volei na lama, enfim... E dificil de explicar mas e, sem duvida, uma experiencia a nao perder!
E para terem uma ideia (com som ainda se ouve um Lao a cantar ao fundo)....

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